Este artigo tem como propósito esclarecer alguns termos proliferados nas últimas eleições. Percebi muitos conceitos sendo mal-empregados, uns inclusive de forma pejorativa. Bem, como professor, acredito no conhecimento e principalmente naquele conhecimento codificado. Listei, por ordem de importância, os conceitos de comunismo, socialismo, fascismo e capitalismo. Como fonte, vou utilizar o Dicionário de Economia do Século XXI, de Paulo Sandroni, e o Dicionário de Política, volume 1 e 2, de Norberto Bobbio, Nicola Matteucci e Gianfranco Pasquino. Bom, o que será mesmo comunismo?
É uma doutrina que defende a abolição da propriedade privada, dos meios de produção, com distribuição igualitária dos bens produzidos pela sociedade e que a organização social seja feita pela própria comunidade de produtores, ou seja, a responsabilidade de todos perante a comunidade. O comunismo foi algo utópico, um sonho, um desejo, mas, que, no seu tempo, foi objeto de luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho, pela conquista de diretos, por um direito a ter voz. Quando você acusar alguém de comunista, não esquece que a China, por mais que adote uma economia de mercado, o regime político ainda continua fechado e dominado pelo partido comunista, este por sinal está de olho em investimento do Brasil. Socialismo é um conjunto de doutrinas e movimentos políticos voltados aos interesses dos trabalhadores.
Após a segunda guerra, o termo Socialismo foi adaptado por Socialismo de Mercado, em virtude de países do leste europeu que adotaram o regime com certa restrição. As transformações no leste europeu depois de 1989, trouxeram um novo perfil para socialismo que até certo ponto é contraditório.
Fascismo é um regime totalitário, que se caracteriza pelo domínio de um partido único, exaltação nacionalista, pregação do antiliberalismo, do anticomunismo e o Estado como condutor principal da economia.
O capitalismo é caracterizado por um sistema econômico e social predominantemente em países industrializados ou em fase de industrialização. Nele, a economia baseia-se na separação entre trabalhadores juridicamente livres, que dispõem apenas da força de trabalho e vendem em troca de salário.
No decorrer do século XX e XXI existiram governos bons e ruins tanto de esquerda, quanto de direita. Como exemplo podemos citar o governo de Maduro, na Venezuela de esquerda, e o governo de Erdogan, da Turquia, de direita, como péssimos governos. Já os governos de Antônio Costa, de Portugal, de esquerda, e o governo de Angela Merkel, da Alemanha, de direita, como excelentes.
Os termos que escolhi para este artigo foram usados em muitos debates e discussões. Defender programas sociais efetivos, apoiar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, combater o racismo, lutar contra a concentração bancária, do gás, dos combustíveis, dos cartões de crédito, acabaram sendo argumentos para definir esquerda X direita nestas eleições. Na minha opinião, não são conceitos empregados de modo pejorativos que definem o posicionamento político de uma pessoa e, sim, suas atitudes em relação ao próximo, e perceber o próximo é outro conceito, o da empatia.